31 agosto 2014

Resenha: A garota que eu quero (Markus Zusak)

A GAROTA QUE EU QUERO, MAKUS ZUSAK - EDITORA INTRÍNSECA - 174 PÁGINAS - SKOOB 
Tinha as palavras no meu bolso. Talvez fosse isso que eu tinha. Isso e saber que eu havia caminhado mil vezes sozinho pela cidade, e que sabia andar pelas ruas com mais sentimento que qualquer um, como se andasse por dentro de mim.

Cameron Wolfe é um garoto solitário, que vive a sombra de seus talentosos e bonitos irmãos mais velhos. Tudo muda quando a hora dele finalmente chega, e ele conhece uma garota que pode mudar todo o seu destino, o único problema? Octavia Ash (a garota que Cameron tanto quer) é mais uma das conquistas mensais de seu irmão Rube.

Mas espera aí. Não tem nada de clichê nessa história, por incrível que pareça. Rube e Cameron não vão brigar pelo amor de Octavia e ela não será uma Bella Swan. Rube vai ser Rube, e logo vai encontrar outra garota para preencher os espaços vazios em sua agenda e em sua cama, e Cameron vai conhecer os encantos do primeiro amor. Tudo no seu tempo.
 

Só tinha lido um livro de Markus Zusak minha vida toda, e acho que todos já imaginam qual é... Sim, A menina que roubava livros também roubou meu coração. Quando fui à Bienal e encontrei esse livro no tumulto dentro do stand da editora Intrínseca, sabia que não podia ser o acaso. Nadei entre o mar de gente e, finalmente, consegui compra-lo (pode parecer exagero, mas não é).

Quando comecei a ler o livro, já me preparei para o pior. Lembrei um pouco de As vantagens de ser invisível, e senti que algo muito ruim ia acontecer. Tudo leva a crer que Cam é um garoto isolado do mundo e nós sabemos o que costuma acontecer nesses casos... Mas como eu já disse, esse livro não é nenhum clichê. É um romance especial que fala sobre família, amor e crescimento interior.

Ao longo da leitura vamos conhecendo mais sobre Cameron e suas ansiedades e anseios, e não posso deixar de dizer que me identifiquei muito com ele. É um dos poucos livros narrados por homens que já li, e isso se torna cada vez mais particularmente agradável. Não porque isso me faz entender um pouco mais do universo masculino (até porque, acho que livro nenhum ajuda nesses casos), mas porque imaginar uma protagonista feminina normal passando pelas mesmas experiências não seria tão interessante. Nenhuma garota ia se sentir "animadinha" ao ver a capa de uma revista esportiva, ia? (Não te julgo se você é uma menina e é assim, ok?).


Pesquisando sobre a história, percebi que comecei pelo fim. Sim, caros amigos. É só a Julia sendo Julia. A garota que eu quero é o terceiro livro de uma trilogia narrada pelo próprio Cameron, onde ele retrata mais sobre sua personalidade e sobre o cotidiano da família Wolfe. A respeito do que eu li, os dois primeiros volumes (O Azarão e Bom de Briga) e não são tão empolgantes e sensíveis quanto o último, mas são igualmente profundos, então esperem por resenhas ao contrário logo.

De qualquer forma, os convido para ler a trilogia comigo (vocês na ordem certa, e eu errada, como sempre). Vale a pena conhecer Cameron, um Wolfe faminto de orgulho. Beijos, e até a próxima! :)

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