28 agosto 2014

A culpa no seu sorriso


Eu nem vi quando ou como aconteceu. Quando percebi já era tarde demais. Eu já estava lá com aquele sorriso bobo no rosto, parada na sua frente. Os pés apontados na sua direção. Pernas bambas e com uma terceira guerra mundial explodindo na região da barriga. Mãos suando e coração acelerado, quase saindo pela boca. Não precisava muito, você dizia meia sentença e eu já ria, mesmo que nada tivesse graça ali (Além de você. Você sempre tem graça). E ah, quando você sorria... Quando aquelas covinhas resolviam aparecer ali no canto de suas bochechas. Perigoso. Era tudo o que eu conseguia pensar. Isso é perigoso. Não é o tipo de terreno confiável. Me senti uma suicida. Queria me jogar ali mesmo, em cima de você, nos seus braços. Você me seguraria? Pernas bambas falham e quase caio em cima de você de verdade. Você me segura e sorri. Eu sorrio de volta, porque isso fica cada vez mais perigoso. Mas eu gosto assim. Gosto da dorzinha no coração toda vez que você me dá tchau com um sorriso de lado acompanhando. Da ideia de ter o seu perfume na minha roupa. Da ideia de me meter novamente em algo perigoso. Perigoso e inevitável, assim como querer você.

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